Deste lado do mundo, manifestantes marcharam por capitais como Tóquio, Quioto, Osaka, Nagoya e Niigata, com cartazes em inglês e em japonês. Isto é o que definiria o nihonjinron, a identidade nipônica. Jovens como Ayana, Sierra e Raimu vêm desmascarando o mito da homogeneidade étnica e, a certo ponto, questionando o que é, afinal, ser japonês de verdade. É uma identidade japonesa 'nova', que inclui indivíduos como eu — e que deve ser mostrada para o mundo, diz, durante entrevista realizada por Line. Kaminashi sonha em disputar o Miss Universo e levar três mensagens muito além do discurso de paz mundial: primeiro, racismo existe; segundo, se racismo existe é preciso apostar nas ações antirracistas; e, por fim, entre as ações antirracistas é preciso defender a diversidade e as minorias. A faixa de miss foi laureada a uma japonesa negra uma vez. E existe. Ascendência é um dos critérios para conseguir o visto de residência.
Cultura da hora extra
Naoya adorava computadores, e o novo serviço parecia ser uma ótima oportunidade profissional no competitivo ambiente corporativo japonês. Ele me dizia: 'Me deixe dormir um pouco. Mais tarde, ela soube por intermédio de colegas que o filho estava trabalhando dia e noite. Naoya morreu aos 27 anos, de superdose de medicamentos. Seu caso foi oficialmente considerado um de karoshi - termo japonês para descrever a morte por excesso de trabalho. Mas casos recentes têm colocado o tema na pauta de debates no país. Ele diz que a maioria dos telefonemas que recebe consiste em reclamações quanto a longas jornadas de trabalho. Crédito, Getty Images. Quase um quarto das empresas japonesas tem empregados que excedem 80 horas extras semanais por mês - muitas vezes sem ganhos extras - diz um estudo recente.
'Deru kui wa utareru'
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